O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, voltou a negar hoje a existência do Holocausto judeu e disse que o mundo inteiro tem a "obrigação" de assumir sua responsabilidade frente a Israel para garantir a paz global.
Ahmadinejad fez estas declarações, enquanto dezenas de milhares de opositores a seu regime aproveitavam a manifestação anual em solidariedade aos palestinos para protestar pelas ruas de Teerã, manifestação que foi duramente reprimida.
O presidente iraniano pediu às nações do mundo, e em particular às da região, a se levantar contra Israel, porque sua simples existência as "coloca em perigo", e disse que conter o Estado judeu é um "princípio humanitário".
"O regime sionista é um símbolo de mentiras e decepção, que se baseia em atitudes colonialistas", acrescentou Ahmadinejad no discurso antes do sermão semanal da sexta-feira, segundo o canal de televisão "Press TV".
O presidente iraniano também falou do Holocausto, no qual seis milhões de judeus morreram sob o nazismo alemão, que voltou a colocar em dúvida, como em algumas ocasiões anteriores.
"Se o Holocausto, como eles dizem, é verdade, por que não oferecem provas?", perguntou.
Enquanto Ahmadinejad fazia seu discurso, a Polícia antidistúrbios iraniana, com apoio de milicianos islâmicos Basij, reprimia duramente a manifestação dos opositores, que acabaram em enfrentamentos com gás lacrimogêneo, pedras e garrafas no centro de Teerã.
Vários dirigentes reformistas foram agredidos por partidários de Ahmadinejad, incluindo o ex-presidente iraniano Mohamad Khatami e o candidato presidencial Mehdi Karroubi.
Segundo a agência estatal iraniana "Irna", o veículo onde viajava o líder opositor Mir Hussein Moussavi foi atingido por pedras e outros objetos contundentes lançados pelos partidários de Ahmadinejad.
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