Deputado norte-americano adverte esforços de Obama por incluir aborto na reunião da ONU

terça-feira, 5 de outubro de 2010


WASHINGTON DC, 23 Set. 10 / 02:50 pm (ACI).- Em um artigo publicado pelo The Washington Post, o deputado Christopher Smith advertiu que a reunião das Nações Unidas sobre as Metas de Desenvolvimento do Milênio poderia terminar com um documento a favor da promoção do aborto no mundo.

Smith sustenta que a nobre finalidade das metas "é a redução da pobreza global" com uma significativa redução da mortalidade maternal e infantil em todo mundo, mas isto seria alcançado "se é que a administração do Presidente Obama, seja aberta ou ocultamente, consegue incluir o aborto no documento final".

"A Secretária de Estado Hillary Clinton declarou publicamente que acredita que o acesso ao aborto é parte da saúde materna e reprodutiva, idéia que contraria a posição de mais de 125 Estados membros da ONU que proíbem ou, pelo menos, restringem o aborto em suas leis e constituições soberanas", recorda Smith.

O deputado explica que "a Meta para o Desenvolvimento do Milênio número 4 sustenta a redução das taxas de mortalidade infantil em 2/3 a partir do nível do ano 1990. Resulta claro que uma grande quantidade de custosas e efetivas intervenções devem ser expandidas com o fim de salvar a vida das crianças".

"O aborto é, por definição, mortalidade infantil, e atenta contra o propósito da Meta para o Desenvolvimento do Milênio número 4. Não há nada de bom ou compassivo em procedimentos que desmembram, envenenam, induzem o parto prematuro ou deixam uma criança morrer de fome. De fato, o confuso término ‘aborto seguro’ não tem em conta o fato de que nenhum aborto –legal ou ilegal– é seguro para a criança e de que todos estão cheios de conseqüências negativas para a saúde, incluindo danos emocionais e psicológicos para a mãe", esclarece.

Do mesmo modo, o político pró-vida precisa que "falar de ‘crianças não desejadas’ reduz as crianças a meros objetos, sem dignidade humana inerente e cujo valor depende de sua utilidade percebida ou de quanto foram desejados. As pessoas só têm que olhar o açoite do tráfico humano e a exploração das crianças em trabalhos forçosos ou as crianças soldados, para ver aonde nos conduz este desprezo pelo valor da vida".

Smith recorda que a Meta de Desenvolvimento do Milênio número 5 "desafia o mundo a diminuir as taxas de mortalidade materna em 75% desde os níveis de 1990".

"Sabemos há sessenta anos o que é o que realmente salvar a vida das mulheres: a atenção especializada aos nascimentos, o tratamento para parar hemorragias, o acesso a bancos de sangue seguros, os cuidados obstétricos de emergência, antibióticos, a reparação de fistulas, nutrição adequada e cuidados pré e pós natais. O objetivo da próxima Cúpula deveria ser um mundo livre de abortos, não o aborto livre em todo mundo", sustenta.

Smith cita um estudo, financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates e publicado na revista científica inglesa "The Lancet" em abril que "sublinha que muitas nações que têm proibições legais ao aborto, possuem inclusive algumas das mais baixas taxas de mortalidade materna no mundo –a Irlanda, Chile e Polônia entre eles".

"A inclusão do aborto no documento final deste encontro da ONU ou em suas implementações prejudicaria as Metas de Desenvolvimento do Milênio. As ações e os programas para alcançar as mesmas devem incluir todos os cidadãos do mundo, especialmente aos mais fracos e vulneráveis. Devemos afirmar, respeitar e assistir concretamente as preciosas vidas das mulheres e de todos as crianças, incluindo as que não nasceram", conclui Smith.

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