Mundo deve estar pronto para crise climática, diz Reino Unido

segunda-feira, 5 de outubro de 2009


LONDRES - A raça humana pode ter de desligar o termostato natural do planeta e desenvolver novas tecnologias, como a reflexão de luz solar para o espaço se as negociações atuais para conter o efeito estufa falharem, disse a principal academia de ciências do Reino Unido.
A chamada geoengenharia não é uma solução fácil, mas poderá ser necessária para evitar uma catástrofe planetária e merece ser mais estudada, diz a Royal Society no relatório Geoengineering the Climate.

Tecnologias assim não são uma alternativa à redução das emissões, no entanto, destaca o trabalho.

Esforços políticos para conter os gases do efeito estufa estão em destaque no momento em que faltam três meses para uma reunião internacional convocada pelas nações Unidas para definir os compromissos dos países num tratado que sucederá o Protocolo de Kyoto.

"Nada deve nos desviar da prioridade de reduzir as emissões globais de dióxido de carbono e garantir que a reunião de dezembro em Copenhague leve a um progresso real", disse o presidente da Society, Martin Rees.

"Mas se as reduções forem muito poucas ou vierem tarde demais, certamente seremos pressionados a contemplar um plano B", disse ele ao público no lançamento do relatório.

O crescente interesse nas opções de geoengenharia foi motivado, parcialmente, por uma "falsa esperança de uma solução fácil", disse Reese, e o representante do Greenpeace, Doug Parr, afirmou que os poluidores vão se agarrar a ela.

O principal assessor científico do governo britânico, John Beddington, defendeu mais pesquisas. "Ela é parte da solução", disse ele, referindo-se à tecnologia.

As tecnologias de geoengenharia podem ser divididas entre as que removem o dióxido de carbono da atmosfera e as que refletem luz solar de volta ao espaço.

Essas opções hoje estão limitadas a experimentos em laboratório, e o relatório da Royal Society pede um programa de pesquisa de US$ 163 milhões de dólares, ao longo de dez anos.

"Precisamos disso? Acho que há um risco significativo de que façamos progresso insuficiente com as reduções de emissão", disse um dos coautores do trabalho, James Wilsdon.
Ativistas querem acordo climático da ONU em cem dias
OSLO - Ativistas lançaram nesta sexta-feira o que dizem ser a maior campanha mundial contra o aquecimento global, com um apelo para que os governos definam um acordo climático vigoroso durante a reunião da ONU em Copenhague que começa dentro de cem dias.
ONGs, sindicatos, grupos religiosos, cientistas e ativistas do combate à pobreza, entre outros, se juntaram para pressionar por medidas contra a emissão de gases do efeito estufa. Eles dizem representar dezenas de milhões de pessoas.
"O tempo está se esgotando," disse Kumi Naidoo, que preside a campanha "TckTckTck" da Campanha Global pela Ação Climática. O nome se refere ao som de um relógio fazendo a contagem regressiva para a reunião da ONU.
A campanha inclui ações como comícios e anúncios online para mostrar, por exemplo, como as pessoas nos países em desenvolvimento já estão sofrendo por causa do aquecimento global, e como um investimento em empregos ambientalmente corretos poderia ajudar no combate à recessão mundial.
A reunião de Copenhague vai começar em 7 de dezembro e irá durar duas semanas. O objetivo será definir um tratado que substitua o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
Cientistas dizem que a mudança climática, provocada principalmente pela poluição de origem humana, irá causar secas, inundações, elevação do nível dos mares, ondas de calor e epidemias, entre outras consequências.
"Estamos profundamente ansiosos com o fato de que as negociações não estão onde deveriam," disse Naidoo à Reuters por telefone da África do Sul. Em nota, a TckTckTck se apresentou como "a maior campanha sobre a mudança climática que já houve.
" Naidoo defendeu um "enorme impulso dos homens, mulheres e jovens comuns nos cem dias restantes" até o encontro de Copenhague. Nesse período, ainda haverá reuniões preparatórias em Bangcoc e Barcelona.
A campanha já realizou alguns eventos, como a instalação de um ruidoso relógio fazendo "tic" num hotel em Bonn, onde negociadores climáticos de 180 países se reuniram em junho. A sexta-feira, no entanto, marca o início oficial da campanha.
Entre os participantes estão as entidades Greenpeace, WWF, Christian AID, Oxfam, Conferência Mundial de Religiões pela Paz, União de Cientistas Preocupados, Unicef, uma coalizão internacional de sindicatos e um grupo dirigido pelo ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan.
Fonte:Estadão
Veja: Documentário sobre a Farsa do Aquecimento Global.





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