Padre Fabio de Melo nega Ressureição de Jesus Cristo na Eucaristia

segunda-feira, 17 de agosto de 2009
















As heresias
I. Pe. Fábio de Melo contra a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia.
O que nos ensina Pe. Fábio de Melo sobre a presença real de Nosso Senhor na Eucaristia? Segundo ele:
"O que é a presença real? A matéria consagrada? O pão e o vinho somente? Não. Juntamente com as duas substâncias está o bonito e sugestivo significado da ausência.".[6]
Ora, no Sacramento da Eucaristia a matéria consagrada é o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo! Isso é o que nos ensina o catecismo:
"Qual é a matéria do Sacramento da Eucaristia? A matéria do Sacramento da Eucaristia é a que foi empregada por Jesus Cristo, a saber: o pão de trigo e o vinho de uva.
Que é consagração? A consagração é a renovação, por meio do sacerdote, do milagre operado por Jesus Cristo na última Ceia, quando mudou o pão e o vinho no seu Corpo e no seu Sangue adorável, por estas palavras: Isto é o meu Corpo; este é o meu Sangue.".[7]
Portanto: "na Eucaristia, o que antes da Consagração era simples pão e vinho, é verdadeira substância do Corpo e Sangue de Nosso Senhor, desde que se efetuou a Consagração.".[8]
Logo, é na matéria consagrada que se dá, de fato, a presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo. E negar essa verdade é defender a mentira. É ensinar heresia.
Vejamos. O que é a Eucaristia para o Pe. Fábio de Melo?
"eucaristia, acontecimento ritual que nós, católicos, chamamos de 'presença real de Cristo'. O que é a presença real? A matéria consagrada? O pão e o vinho somente? Não. Juntamente com as duas substâncias está o bonito e sugestivo significado da ausência.".[9]
Desse modo, para Pe. Fábio de Melo, a Eucaristia seria: um acontecimento ritual, que nós católicos chamamos de presença real de Cristo, onde juntamente com as duas substâncias está o bonito e sugestivo significado da ausência.
Portanto, podemos concluir que para o Pe. Fábio de Melo:
1. Na Eucaristia há duas substâncias: a do pão e a do vinho.
2. Ou, forçando o sentido para ser mais benévolo, na Eucaristia haveria duas substâncias: a da matéria necessária para o Sacramento (pão e vinho) e a substância de Cristo.
No primeiro caso ele seria condenado pelo Concílio de Trento (ses. XIII, c.I):
"Se alguém negar que o Santíssimo Sacramento da Eucaristia contém verdadeira, real e substancialmente o corpo e o sangue, juntamente com a alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, e, portanto, Cristo inteiro; mas disser que somente está em sinal, figura ou virtude: Seja Anátema.".[10]
E no segundo caso?
Também não escaparia:
"Seja anátema quem disser que no sacrossanto Sacramento da Eucaristia remanesce a substância do pão e do vinho, juntamente com o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo".[11]
Logo, Pe. Fábio de Melo nega a presença real e incorre em heresia não ensinando o que todo católico deveria saber, ou seja, que na Eucaristia há apenas uma substância: a de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por fim, Pe. Fábio de Melo faz uma afirmação estranhíssima, que corrobora sua negação da presença real. Segundo ele, na Eucaristia há, também, um "bonito e sugestivo significado da ausência.". Absurdo! Na Eucaristia não há significado de ausência coisa nenhuma, mas, pelo contrário, existe a presença real e – para que o Pe. Fábio de Melo não esqueça – substancial de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Tudo isso é triste, lastimável e condenável.
Nós sabemos que o Pe. Fábio de Melo defende a evolução dos dogmas.[12] Mas a santa doutrina é imutável como o Deus que ela nos revela. Tanto é assim que essa heresia ensinada pelo Pe. Fábio de Melo foi condenada, não só pelo Concílio de Trento (séc. XVI), mas por toda a santa e milenar Tradição da Igreja Católica.
Vejamos.
No II século, São Justino, descrevendo a Missa, afirmou: "Este alimento chama-se entre nós Eucaristia... E não tomamos este como pão comum, nem como bebida comum; mas assim como pelo Verbo de Deus feito carne, Jesus Cristo nosso Salvador teve carne e sangue por causa de nossa salvação, assim também se tem nos ensinado que naquele alimento no qual se deram graças pela súplica que contém as palavras Dele... é a carne e o sangue daquele Jesus encarnado.".[13]
No século V, o Papa São Leão Magno afirmou: "Dizendo o Senhor: Se não comerdes a carne do Filho do homem e beberdes seu sangue, não tereis vida em vós (Io. VI, 53), deveis participar da sagrada mesa, de tal maneira que nada duvideis sobre a verdade do corpo e do sangue de Cristo.".[14]
E no século IV nos fala São Cirilo de Jerusalém: "Havendo ele mesmo pronunciado e dito do pão: Isto é meu corpo. Quem se atreverá a duvidar? E havendo Ele mesmo assegurado e dito: Este é meu sangue. Quem o porá em dúvida, dizendo que não é seu sangue?".[15]
O Pe. Fábio de Melo negou. Pesam sobre ele as condenações da Igreja Católica.
II. Pe. Fábio de Melo contra a Ressurreição de Jesus Cristo.
O que Pe. Fábio de Melo nos ensina sobre a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo? Segundo ele:
"Gosto de compreender a ressurreição de Jesus da mesma forma. Diante da ausência sentida, a saudade fez o apóstolo intuir e proclamar: 'Ele está no meio de nós!'".[16]
A ausência sentida e a saudade fizeram o apóstolo intuir? Por que ausência? Pela Ressurreição Nosso Senhor não voltou a estar, inclusive com corpo (portanto, materialmente), entre os apóstolos?[17] Não são eles mesmos que nos afirmam: "Nós vimos o Senhor" (Jo XX, 25). Ou Santa Maria Madalena: "Vi o Senhor e ele me disse essas coisas." (Jo XX, 18). Por que saudade? Ora, só se tem saudade de quem não está presente, mas diz o Evagelho: "Chegada, pois, a tarde daquele dia, que era o primeiro da semana, e estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se achavam juntos, com medo dos judeus, foi Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: A paz esteja convosco. Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Alegraram-se, pois os discípulos ao ver o Senhor." (Jo XX, 19-20).
Disso tudo, podemos concluir três coisas:
1. Nosso Senhor não estava ausente, mas presente – inclusive materialmente – entre os apóstolos.
2. É difícil imaginar como os apóstolos podiam ter saudades de Cristo, sendo que Cristo estava com eles.
3. Nosso Senhor deu-lhes uma prova material daRessurreição ao mostrar-lhes as mãos perfuradas pelos cravos e o lado perfurado pela lança.
O que é, portanto, que Pe. Fábio de Melo quer dizer com tudo isso?
Falando sobre seu modo de pensar a Ressurreição, ele nos afirma:
"Não importa que haja um corpo encontrado ou um corpo desaparecido. O que a ressurreição nos sugere é muito mais que um corpo material. O mais importante, e o que verdadeiramente pode mover o cristianismo no tempo, não está na prova material da ressurreição, mesmo porque não a temos.".[18]
E num artigo de seu Blog, ao falar da Ressurreição, declara:
"O que me instiga em tudo isso é a falta de provas para o fato. O sepulcro estava aberto, vazio. (...) A imposição dessa verdade não passa pela materialidade do mundo, nem tampouco pode ser explicada através das claras regras que foram postuladas por nossa razão cartesiana. (...) Estamos falando de algo maior, superior. O que despertou o grito da ressurreição foi o encontro dos olhares de quem havia estado com Ele. Foi o momento em que João reconheceu em Pedro a presença do Mestre.".[19]
Agora fica mais claro. Pe. Fábio de Melo nega que existem provas da Ressurreição.
Mas o que nos diz o Evangelho a respeito?
Vejamos:
"Enquanto falavam nisto, apresentou-se Jesus no meio deles e disse-lhes: A paz seja convosco. Mas eles turbados e espantados, julgavam ver um espírito. Jesus disse-lhes: porque estais turbados e que pensamentos são esses que vos sobem aos corações? Olhai para minhas mãos e pés, porque sou eu mesmo; apalpai, e vede, porque um espírito não tem carne, nem ossos, como vós vedes que eu tenho. Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas, não crendo eles ainda e estando fora de si com a alegria, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que se coma? Eles apresentaram-lhe uma posta de peixe assado e um favo de mel. Tendo-os tomado comeu-os à vista deles. Depois disse-lhes: Isto são as coisas que eu vos dizia, quando ainda estava convosco, que era necessário que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, nos profetas e nos salmos. Então abriu-lhes o entendimento, para compreenderam as Escrituras; e disse-lhes: Assim está escrito, e assim é necessário que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos ao terceiro dia, e que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas dessas coisas." (Lv XXIV, 36-48).
Desse modo podemos concluir, contra o Pe. Fábio de Melo, que:
1. Havia provas de sobra para o fato. Aliás, bem materiais, diga-se de passagem.
2. O que fez os apóstolos crerem na Ressurreição não foi o encontro dos olhares coisa nenhuma, mas ver Nosso Senhor ressuscitado, falando e comendo com eles.
3. Deus Nosso Senhor quis provar com um milagre visível sua Ressurreição.
4. Negar que existem provas da Ressurreição é o mesmo que negar as Sagradas Escrituras e, por conseqüência, a própria Ressurreição.
Como não poderia deixar de ser, a Santa Madre Igreja, para proteger a fé dos erros modernistas, condenou no Decreto Lamentabili de São Pio X a seguinte afirmação: "A ressurreição do Salvador não é propriamente um fato de ordem histórica, mas de ordem meramente sobrenatural que não foi demonstrado, nem é demonstrável, e que a consciência cristã insensivelmente deduziu de outros fatos.".[20]
Negar a existência de provas é negar que a Ressurreição seja demonstrável. E negar que haja provas é negar o caráter histórico do fato (Ressurreição) narrado pelas Sagradas Escrituras.
Portanto, Pe. Fábio de Melo, infelizmente, incorre em mais uma condenação da Igreja.
III. Pe. Fábio de Melo contra a Imutabilidade dos Dogmas.
Como já havíamos informado em nota, chegou ao nosso conhecimento, pela internet, uma entrevista do Pe. Fábio de Melo em um péssimo programa de TV. Nessa entrevista, Pe. Fábio de Melo afirma – sem o menor constrangimento – que:
"Eu, no tempo que dei aula, eu sempre disse para os alunos que a primeira coisa que nós precisamos nos despir é dessa arrogância de que nós somos proprietários da verdade suprema. E que a teologia é sempre uma palavra sobre Deus. Nunca a palavra definitiva, e por isso que nós vivemos esse processo de evolução das idéias também dentro da teologia. O dogma, nós dizemos que é uma verdade que já está estabelecida. Mas o que nós podemos saber sobre esse dogma ainda está em processo de vir-a-ser.". [21]
Com um linguajar tipicamente relativista, Pe. Fábio de Melo declara:
1. Não há palavra definitiva em teologia.
2. O que nós podemos saber dos dogmas está em processo de vir-a-ser, isto é, de mudança.
Ora, se não há palavra definitiva não há verdade imutável (um dogma, por exemplo). Logo, os dogmas evoluem. Do mesmo modo, se aquilo que podemos saber sobre os dogmas está em processo de vir-a-ser, está mudando. Portanto, para nós os dogmas mudam. Conseqüentemente, Pe. Fábio de Melo defende a evolução do dogma.
Mas o que nos ensina a Igreja Católica sobre essa doutrina?
"Assim pois, temos o caminho aberto à íntima evolução do dogma. — Eis aí um acervo de sofismas, que subvertem e destroem toda a religião!".[22]
Alguém de bom senso duvidará que essa doutrina, que prega o relativismo religioso, ao negar toda e qualquer verdade destrói todos os limites do homem e o faz escravo dos seus caprichos mais insanos? Por isso, damos graças a Deus que condenou, por meio de sua Igreja, essa mentira perversa:
"e mais solenemente ainda a proscreve o Concílio Vaticano I por estas palavras: A doutrina da fé por Deus revelada, não é proposta à inteligência humana para ser aperfeiçoada, como uma doutrina filosófica, mas é um depósito confiado à esposa de Cristo, para ser guardado com fidelidade e declarado com infalibilidade. Segue-se, pois, que também se deve conservar sempre aquele mesmo sentido dos sagrados dogmas, já uma vez declarado pela Santa Mãe Igreja, nem se deve jamais afastar daquele sentido sob pretexto e em nome de mais elevada compreensão (Const. "Dei Fillius", cap. IV). De maneira alguma poderá seguir-se daí que fique impedida a explicação dos nossos conhecimentos, mesmo relativamente à fé; ao contrário, isto a auxilia e promove. Neste sentido é que o Concílio prossegue dizendo: Cresça, pois, e com ardor progrida a compreensão, a ciência, a sapiência tanto de cada um como de todos, tanto de um só homem como de toda a Igreja com o passar das idades e dos séculos; mas no seu gênero somente, isto é, no mesmo dogma, no mesmo sentido, no mesmo parecer (Lugar citado).".[23]
Mais uma vez Pe. Fábio de Melo ensina doutrinas condenadas pela Igreja Católica.
Mas não contente com tudo isso, Pe. Fábio de Melo concorda, com seu entrevistador, que Adão atualmente é apresentado pela Igreja como uma figura "simbólica" e "fabulesca". E isso depois de ter afirmado, lamentavelmente, que quando se fala em "condição adâmica" não há nenhum problema em abrir "uma reflexão" sobre a criação do evolucionismo.[24]
Pe. Fábio de Melo, portanto, defende uma posição modernista condenada Por São Pio X na Pascendi. Aliás, ele mesmo confessou seu modernismo. Quando lhe disseram que Adão não é uma figura "fabulesca" e que Igreja afirma a verdade histórica dos fatos narrados nas Sagradas Escrituras, ele declarou: "Não, não é isso que ensina a Igreja.".[25]
É sem dúvida muito triste essa situação. É chocante ver um sacerdote – apesar do jeitão de ator – capitulando vergonhosamente diante das elucubrações falsas do evolucionismo e das loucuras ridículas do relativismo. Nós só podemos lamentar.
Mas a Igreja não. Ela pode e tem o dever de condenar. Por isso:
"788. 1) Se alguém não confessar que o primeiro homem Adão, depois de transgredir o preceito de Deus no paraíso, perdeu imediatamente a santidade e a justiça em que havia sido constituído; e que pela sua prevaricação incorreu na ira e indignação de Deus e por isso na morte que Deus antes lhe havia ameaçado, e, com a morte, na escravidão e no poder daquele que depois teve o império da morte (Heb 2, 14), a saber, o demônio; e que Adão por aquela ofensa foi segundo o corpo e a alma mudado para pior – seja excomungado.".[26]
Podemos ver que, ao contrário do Pe. Fábio de Melo, o Concílio de Trento não considerava Adão uma figura "fabulesca" ou simbólica. Mas uma pessoa real, isto é, o primeiro homem criado por Deus. E não pela evolução. Aliás, é bom lembrar, para Pe. Fábio de Melo e aqueles que defendem a evolução, que o Papa Bento XVI, ao tratar do desenvolvimento do homem em sua última encíclica (Caritas in Veritate), opõe-se à evolução afirmando que:
"O homem não é um átomo perdido num universo casual, mas é uma criatura de Deus, à qual quis dar uma alma imortal e que desde sempre amou. Se o homem fosse fruto apenas do acaso ou da necessidade, se as suas aspirações tivessem de reduzir-se ao horizonte restrito das situações em que vive, se tudo fosse somente história e cultura e o homem não tivesse uma natureza destinada a transcender-se numa vida sobrenatural, então poder-se-ia falar de incremento ou de evolução, mas não de desenvolvimento.".[27]
Portanto, aquilo que a Igreja sempre ensinou, atualmente repete pela boca do Papa Bento XVI: o homem é uma criatura de Deus. Ele não é fruto do acaso e nem da evolução.
Mas, infelizmente, há padres que ensinam o contrário.
Triste, lastimável e condenável.

V. Comparação
Tratando da santidade que o sacerdote deve ter como ministro do altar, Santo Afonso de Ligório nos ensina:
""Um verdadeiro ministro do altar forma-se para Deus, e não para si ". Significam estas palavras de Sto. Ambrósio que um padre deve esquecer as suas comodidades, as suas vantagens e os seus gostos; deve persuadir-se que, desde o dia em que recebeu o sacerdócio, não é seu, mas de Deus. Tem muito a peito o Senhor que os padre sejam puros e santos, para que possam comparecer na sua presença, isentos de todo defeito...".[28]
Essa era, sem dúvida, a preocupação do Santo Cura d´Ars. Como nos lembra o Santo Padre: "O Cura d'Ars principiou imediatamente este humilde e paciente trabalho de harmonização entre a sua vida de ministro e a santidade do ministério que lhe estava confiado, decidindo «habitar», mesmo materialmente, na sua igreja paroquial: «Logo que chegou, escolheu a igreja por sua habitação. (…) Entrava na igreja antes da aurora e não saía de lá senão à tardinha depois do Angelus. Quando precisavam dele, deviam procurá-lo lá».".[29]
Mas o que sabemos do Pe. Fábio de Melo? Ele negou-se a si mesmo, isto é, aos seus gostos, às suas vaidades e comodidades para ser sacerdote?
Vejamos:
"Meu ofício é controverso. Eu não sepultei algumas de minhas vaidades para ser o que sou. Eu ainda continuo acreditando que a pior de todas as vaidades é a vaidade de não ter vaidades.".[30]
Ou ainda: "Querendo o direito de cuidar das minhas olheiras sem que isso pareça um crime.".[31]
Essa é a declaração que encontramos no Blog de Pe. Fábio de Melo.
Não há dúvida que basta olhá-lo para notarmos uma porção de vaidades. Mas não basta termos que notá-las com tristeza. Pe. Fábio de Melo ainda faz apologia das vaidades. Em suma, ele confessa, lastimavelmente, que não fez o que é necessário para se tornar sacerdote.
O modelo de sacerdote, Santo Cura d´Ars, nós o encontramos na Igreja, rezando e fazendo penitencia pela conversão dos pecadores. Nele não havia lugar nem tempo para vaidades. E além de não ter vaidades era humilíssimo. Tinha apenas uma batina e a usava até o fim. Seus calçados eram todos muitíssimo remendados. Apesar de ser responsável pelo reduzido número de 230 fiéis mal tinha tempo para comer.
E por quê? Porque não tinha outro ofício senão o de salvar as almas:
"À uma da manhã em ponto, faz a sua oração na Igreja. Confessa as mulheres até às seis. Às seis, celebra a sua missa. A seguir, faz a sua ação de graças. Depois fica à disposição dos fiéis para abençoar-lhes as imagens e dar-lhes conselhos. Por volta das oito, ele se permite, a instâncias das moças da Providência, ir lá tomar, do outro lado da praça, meio copo de leite sem pão. Como também elas precisam de conselhos, distribui-os generosamente. Às oito e meia, está de volta e atende os homens na sacristia. Às dez, interrompe-se e vai render a sua homenagem a Deus recitando as suas horas menores. E depois confessa mais um pouco. Às onze, volta à Providência para ensinar o catecismo às crianças, às suas órfãs especialmente, e também a muitos adultos. Ao meio dia, reza o Angelus e retorna à casa paroquial para almoçar. Atravessar a praça leva cerca de um quarto de hora, porque a multidão se comprime à sua volta; é preciso continuar a aconselhar e a abençoar. Almoça de pé, rapidamente, muitas vezes enquanto fala, pois os paroquianos mais próximos se aproveitam das refeições para confiar-lhe as suas misérias. Ainda assim, já ao meio dia e meia tem de visitar os seus enfermos, sempre escoltado pela multidão que não se cansa de interrogá-lo. Assim que volta à igreja, mergulha no seu breviário, a tempo de ler as vésperas e as completas. Mal fecha o livro, retorna ao confessionário. As mulheres o retém ali até às cinco. Passa aos homens, que o retém até às oito. Enfim, sobe ao púlpito para recitar a oração vespertina e o terço da Imaculada Conceição.
Depois desse longo e penoso trabalho, imaginamos que vá jantar e depois dormir?
Não. Nem sempre consegue jantar; é preciso que receba em sua casa quantas almas delicadas, difíceis de convencer ou de dirigir. Também tem de terminar o seu breviário: matinas e laudes, a parte mais longa. Com isso chegamos às dez horas da noite. Não é raro, também, que retorne à igreja a fim de confessar mais um pouco, e que de lá não volte senão depois da meia-noite. Depois deita-se. Mas a noite será curta: a nova jornada, como a anterior começa bem antes do nascer do sol. (...)
Este regime há de durar trinta anos.".[32]
Como é possível ter como exemplo Santo Cura d´Ars e nem sequer deixar umas miseráveis vaidades?!
Loucura. Não é possível.
Como é possível, Pe. Fábio de Melo, perder tempo com academia, qual mundanos sensuais que só tem olhos para os corpos, e deixar perder-se as almas de Nosso Senhor?!
Como é possível, Pe. Fábio de Melo, perder tempo cuidando das próprias olheiras e deixar as almas cegas sem o conhecimento da Verdade?!
Triste, lastimável e condenável.
Conclusão
Santo Afonso nos afirma que: "Devem também os padres ser santos, porque Deus os colocou na terra para serem modelos de virtude.".[33]
É possível, pois, consagrar-se ao sacerdócio e não renegar as próprias vaidades?
Não é.
"Dalí esta reflexão de Sto. Isidoro: Quem foi colocado à frente dos povos para os instruir e formar na virtude, deve ser santo em tudo, inteiramente irrepreensível.".[34]
Triste e terrível é o estado de quem pensa e vive, como Pe. Fábio de Melo, contrariamente a essas verdades. E para ele não há desculpas:
"Pregado na cruz, rogou o nosso Salvador pelos seus perseguidores: Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem. Mas esta oração não aproveitou para os maus padres; foi antes a sua sentença de condenação, porque os padres sabem o que fazem.".[35]
Alguém, ignorante das verdades da religião e não avaliando bem a seriedade do problema, poderia não entender como a suavidade da Igreja e dos santos pode conviver com tantas e duras condenações. Mas repreender ou condenar os que erram é uma das maiores obras de caridade: "Portanto, repreende-os asperamente, para que sejam sãos na fé" (Tt I, 13). Ora, a fé nos dá a salvação eterna, portanto, a Igreja faz grande obra de caridade condenando.
Sendo assim, terminamos com uma citação que lembra a grande dignidade do sacerdócio, mas também adverte duramente os maus padres:
"Compreende bem, ó padre: Deus, elevando-te ao sacerdócio, ergue-te até o Céu, e fez de ti, não mais um homem da terra, mas um homem celeste, pensa pois quanto te será funesta uma queda, segundo o aviso de S. Pedro Crisólogo. A tua queda, diz S. Bernardo, será semelhante à do raio que se precipita com impetuosidade. Quer dizer que a tua perda será irreparável. Assim, ó desgraçado, cairá sobre ti a ameaça que o Senhor lançou sobre Cafarnaum: E tu, ó Cafarnaum, erguida até o Céu, serás abatida até o inferno. (Luc. X, 15)".[36]


Fonte: Adversus Haereses

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