Cúpula de Copenhague coloca liberdade em risco, diz presidente tcheco

quarta-feira, 25 de novembro de 2009



MÁRCIA SOMAN MORAESda Folha Online
O presidente da República Tcheca, Vaclav Klaus, participou nesta quarta-feira de um evento em São Paulo e criticou duramente a Cúpula Mundial sobre a Mudança Climática de Copenhague como um ato contra a liberdade nacional. Segundo Klaus, que visitou ainda Manaus (AM), os políticos brasileiros têm falsas esperanças de que ganharão alguma compensação para evitar o desmatamento florestal.
"O clima está bem", disse Klaus, ignorando as dezenas de estudos científicos que apontam o contrário. "O que está em risco? Clima ou a liberdade?", disse. "Não acho que é necessário colocar em risco a liberdade e a prosperidade dos países [pelo aquecimento global]".


"Sou 100% contra a cúpula de Copenhague", completou Klaus. "Não precisamos de regra sobre o que consumir, como viver, para onde viajar. Precisamos de um mercado livre, produção livre. Resumindo, precisamos de liberdade e eu acho que ela estará em risco em Copenhague".

Klaus, que conversou nesta segunda-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o tema, disse que não concorda com o colega brasileiro no tema. Lula afirmou que o Brasil vai reduzir em quase 40% as emissões estimadas para 2020. "Acredito que todos os países, especialmente os mais ricos, devem fazer com que a cúpula de Copenhague produza resultados claros e ambiciosos", disse o presidente brasileiro, que não obteve sucesso em convencer Klaus a participar.

Segundo o presidente tcheco, o aquecimento global é uma doutrina e não ciência já que diz não acreditar em um aumento da temperatura de proporções globais ou causado pela ação do homem. "O aquecimento [global] não é único e sem precedentes. Não é resultado da ação do homem, há muitos outros fatores que o influenciam", afirmou o tcheco, sem dar mais detalhes.

Compensação

Klaus disse que os políticos brasileiros tem falsas esperanças sobre os resultados da cúpula de Copenhague. Ele relatou sua visita ao Amazonas e disse que chegou a questionar o porque da ansiedade do governador Eduardo Braga (PMDB) com o resultado da cúpula.

"Ele estava ansioso por Copenhague. Mas eu disse que trará novos custos, novas proibições impostas ao uso da floresta amazônica", disse Klaus, que afirmou ainda ter ouvido como resposta que ao menos o governo será pago pelos países para preservar a área florestal.

"Como economista, eu digo que o mundo não tem dinheiro para enviar ao Amazonas. Parece um entendimento errado da proposta", afirmou.

Autor do livro "Blue Planet in Green Shackles" ("Planeta Azul em Algemas Verdes", sem tradução em português), Klaus defende que há uma "histeria" do aquecimento global criada pelos próprios políticos que aproveitam o tema da mudança climática como escapismo.

"Para os políticos, esta é uma grande descoberta falar algo que só vai acontecer em cem anos. Para eles, é ótimo prometer algo para 2100. Vira uma forma de escapismo. Eles sempre querem escapar e normalmente conseguem algo para uns três anos, mas agora podem focar em esforços que só vão mostrar resultados em cem anos", afirmou Klaus.

O Tratado do Clima em Copenhague:


VEJA O VIDEO EM QUE O LORD FAZ O GRAVE ALERTA:



Janet Albreschtsen
The Wall Street Journal
Nós esperamos apenas que os líderes mundiais vão fazer nada além de desfrutar de um agradável passeio de bicicleta ao longo das charmosas ruas de Copenhague em Dezembro. Pois se eles realmente conseguirem concluir um acordo com base no texto atual do tratado de Copenhague sobre mudanças climáticas, o mundo estará sujeito a algumas surpresas desagradáveis. Esboço de texto, você diz? Se você ainda não ouviu falar sobre isso, é porque nenhum dos nossos eloquentes líderes políticos têm se incomodado a nos dizer o que os autores deste esboço criaram para que seja considerado pelos líderes mundiais. E da mesma forma os meios de comunicação também não divulgaram.

Surge então Lord Christopher Monckton. O ex-conselheiro de Margaret Thatcher fez uma palestra na Universidade Bethel, em St. Paul, Minnesota, no início deste mês que causou enorme alvoroço. Pela primeira vez, o público ouviu falar sobre as 181 páginas, datadas de 15 de setembro, que compõem a Convenção sobre o Framework das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, um rascunho do que pode ser assinado em dezembro.

Até agora, o vídeo de sua palestra teve mais de um milhão de acessos no YouTube. E ele merece mais milhões de acessos, porque Lord Monckton adverte que o objetivo do projeto do tratado de Copenhague é a criação de um governo “transnacional”, em uma escala que o mundo nunca viu. (Veja o vídeo mais abaixo)

O “esquema para o novo arranjo institucional no âmbito da Convenção”, que começa na página 18 contém a provisão de um “governo”. O objetivo é dar a um organismo ainda sem nome da ONU o poder de intervir diretamente nos assuntos financeiros, económicos, fiscais e ambientais de todas as nações que assinarem o tratado de Copenhague.

A razão para esta tomada de poder é bastante clara: Complicadas cláusulas após cláusulas do projeto obriga os países desenvolvidos a pagar uma “dívida de adaptação” aos países em desenvolvimento para supostamente apoiar a mitigação das alterações climáticas. A cláusula 33 na página 39 diz que “até 2020 a escala dos fluxos financeiros para apoiar a adaptação dos países em desenvolvimento deve ser pelo menos de 67 bilhões de dólares ou na faixa de 70 a 140 bilhões de dólares por ano.”

E como é que os países desenvolvidos providenciarão este fluxo financeiro para o mundo em desenvolvimento? O texto do projeto define várias alternativas, incluindo a opção sete, na página 135, que prevê “a taxa global de 2 por cento nas transações monetárias do mercado financeiro internacional dos países do Anexo I”. O países do Anexo 1 são os países industrializados, que incluem entre outros os Estados Unidos, Austrália, Grã-Bretanha e Canadá.

Para ter certeza, os países que assinam tratados internacionais sempre cedem poderes a um órgão da ONU responsável pela execução das obrigações do tratado. Mas a diferença é que este tratado parece ter sido sujeito a tentativas incomuns para ocultar seu complicado conteúdo. E, além da dificuldade de tentar decifrar o palavreado da ONU, há uma abundância de cláusulas descritas como “alternativas” e “opcionais” que deve aumentar ainda mais a ira dos países livres e democráticos preocupados em preservar sua soberania.

Lord Monckton mesmo só tomou conhecimento dos poderes extraordinários a serem investidos neste governo mundial quando um amigo seu encontrou um obscuro site da ONU e pesquisou através de várias camadas de hiperlinks, antes de descobrir um documento que não é nem chamado de “esboço de tratado.” Ao contrário, é rotulado de “nota do Secretariado”

Entrevistado pelo repórter de rádio Alan Jones em Sydney nesta segunda-feira, Lord Monckton disse que “esta é a primeira vez que eu vi qualquer tratado transnacional referindo-se a um novo órgão a ser criado no âmbito do tratado como um “governo”. Mas são competências que serão dadas a este governo totalmente desprovido de eleições é que são tão assustadoras.” Ele acrescentou: “A ambição absoluta deste novo governo mundial é enorme desde o início, mesmo antes de começar a dar poderes para si próprio como estas entidades normalmente o fazem”.

Os críticos têm admoestado Senhor Monckton por sua linguagem colorida. Ele certamente tem sido vigoroso. Em sua exposição sobre o esboço do tratado de Copenhague, em St. Paul, ele advertiu os americanos de que “nas próximas semanas, a menos que vocês impeçam isso, seu presidente vai assinar sua liberdade, sua democracia e sua prosperidade para sempre.” No entanto, os seus críticos não conseguem lidar com a substância do que ele diz.

Pergunte a si mesmo esta pergunta: Tendo em conta que nossos líderes políticos gastam centenas de horas conversando sobre a mudança climática e a necessidade de um consenso global em Copenhague, por que nenhum deles falou abertamente sobre os detalhes deste tratado sobre mudanças climáticas? Afinal, os signatários do tratado final estarao vinculados a ele por anos. O que exatamente eles estão escondendo? Graças ao Lord Monckton agora sabemos alguma coisa de seus planos.

Janos Pasztor, diretor do Secretário-Geral da Equipe de Apoio sobre Mudanças Climáticas, disse aos repórteres em Nova York nesta segunda-feira que com o Congresso dos EUA ainda para votar um projeto de lei sobre mudanças do clima, um tratado global sobre mudanças climáticas é agora um resultado improvável em Copenhague. Vamos esperar que ele esteja correto. E obrigado América.

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