Sobe para oito número de igrejas cristãs atacadas na Malásia

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

“Sereis perseguidos por causa de Meu nome”

Já chega a oito o número de igrejas cristãs atacadas com bombas e pichações na Malásia nos três últimos dias, em meio a polêmica sobre o direito dos católicos de escrever a palavra Alá em um país majoritariamente muçulmano.

Segundo o ministro do Interior, Hishammuddin Hussein, o último ataque aconteceu neste sábado (9) no estado Sarawak, na ilha de Bornéu, onde artefatos incendiários foram lançados contra o muro de uma igreja.

Trata-se do primeiro ataque ocorrido no leste da Malásia, uma região onde os cristãos costumam rezar no idioma malaio e utilizam o termo "Alá" para se referir a Deus.

Também neste domingo (10) duas igrejas foram atacadas com bombas incendiárias no estado de Perak, que causaram danos leves, enquanto em Malaca um prédio cristão amanheceu com manchas de pintura preta em sua parede principal.

O ministro do Interior assegurou que "tudo está sob controle" e acusou a "os meios de imprensa estrangeiros" de exagerar a notícia.

No sábado, outra igreja luterana foi atacada em Kuala Lumpur enquanto na sexta-feira uma igreja protestante foi incendiada e outras duas danificadas, também pela explosão de garrafas com combustível, que não causaram feridos.

Os fiéis das igrejas afetadas puderam assistir à missa no sábado (9) sem contratempos, exceto os paroquianos da Metro Tabernacle, cujo primeiro andar ficou completamente destroçado pela ação das chamas após ser atacada na sexta-feira.

O primeiro-ministro da Malásia, Najhib Razak, assegurou depois dos primeiros ataques que tinha ordenado às forças de segurança que colocassem um fim a eles, já que, segundo disse, colocavam em risco a "harmonia racial".

Depois das orações de sexta (8), milhares de pessoas foram à principal mesquita de Kuala Lumpur para pedir que seja proibida a citação a Alá aos não-muçulmanos.

Alá

O Alto Tribunal da Malásia suspendeu na quarta-feira (6) a autorização concedida na semana anterior ao jornal católico local "Herald Weekly" para escrever o nome Alá, depois que o governo evocou a ameaça de tensões interreligiosas em um país de população majoritariamente muçulmana. Segundo o governo, a palavra árabe alá é exclusiva da fé muçulmana.

O "Herald Weekly" é publicado em quatro idiomas e tem uma tiragem de 14 mil exemplares, em um país que conta com 850 mil católicos, mas cuja população é de 60% de muçulmanos.

A Malásia é frequentemente considerada um modelo para outros países islâmicos pelo seu desenvolvimento econômico, sociedade progressista e coexistência pacífica entre a maioria malasiana e as minorias chinesa e indiana, que são cristãos budistas e hindus.

O país é predominantemente muçulmana e malaia, mas há significativas minorias étnicas chinesas e indianas que seguem principalmente o cristianismo, o budismo e o hinduísmo.

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